Segundo debate no João Carriço

Da esquerda para a direita: Fabiana Panini, Daniela Vega - do Júri Mercocidades, Suia Legaspe, Ronaldo Dimer, César de Azevedo, Bernardo Florim, João Maria, Daniel Abib e a mediadora Cris Magalhães

Da esquerda para a direita: Fabiana Panini, Daniela Vega – do Júri Mercocidades, Suia Legaspe, Ronaldo Dimer, César de Azevedo, Bernardo Florim, João Maria, Daniel Abib e a mediadora Cris Magalhães

Com o objetivo de ampliar a discussão sobre os filmes exibidos, o Primeiro Plano realiza diariamente debates sobre os filmes apresentados no dia anterior. Nesta quinta-feira, os realizadores se reuniram no Anfiteatro João Carriço para conversar sobre o programa 2 das mostras Regional e Mercocidades.
Representando a Mostra Competitiva Regional, estiveram presentes Fabiana Panini, roteirista de “Enfim sós”; César de Azevedo, diretor do documentário “Cena Rock JF”; e Daniel Abib, diretor de “Pequeno Objeto A”.

As temáticas são bem variadas, mas os três são produtos de trabalhos acadêmicos. O primeiro, realizado para a disciplina de Semiótica da Moda, trata de uma releitura semiótica do texto “Separação”, de Vinícius de Moraes. Já o documentário faz um paralelo dos festivais de rock realizados em Juiz de Fora nos anos 80 e 90, chegando ao cenário atual e foi criado para durante a faculdade de Jornalismo. Por fim, “Pequeno Objeto A” é baseado na psicanálise lacaniana e foi o trabalho de conclusão do curso de cinema da UFF. “Sigo a tendência de criar um universo ficcional, afastando o fato histórico de seu espaço e tempo para estabelecer uma reflexão sobre o tema sem a responsabilidade de retratar o fato em si”, explicou Daniel Abib.

Também participaram da discussão alguns realizadores dos curtas apresentados na Mostra Mercocidades: Bernardo Florim, diretor de “A Casa Vazia”; Suia Legaspe, atriz de “Brutalidade”; João Maria, responsável pela montagem de “Olhos de Botão”; e Ronaldo Dimer, diretor de “Armat Jakawinaka – Vidas Ausentes”.

Entre os filmes apresentados, a sensibilidade ao tratar de alguns tabus chamaram atenção na seleção feita pela curadoria. Incesto, misoginia, sexualidade e a morte são apresentados de sutil para o espectador.

A ideia para a construção de “A Casa Vazia” partiu de uma foto encontrada no lixo. “A foto parecia ter sido arrancada da parede ao mesmo tempo em que era um registro extremamente afetivo”, conta o diretor. Partindo daí, a narrativa segue abordando o surgimento do desejo e as regras impostas a ele.

O curta “Brutalidade” segue a linha de abordagem do encontro com a sexualidade, contando a história de uma mãe com seu filho portador de deficiência. Entre as opiniões apresentadas pelos debatedores, a sensibilidade e a sutiliza de abordagem do tema foram o fator mais marcante do filme.

Fruto de uma pesquisa de seis meses realizada no Pari – bairro boliviano de São Paulo, “Armat Jakawinaka – Vidas Ausentes” vem da reunião dos relatos de vida colhidos nesta comunidade.

Vencedor do prêmio de melhor filme pela Mostra Pajeú de Cinema Pernambucano, “Olhos de botão” abre diversas possibilidades de análise por parte do espectador. ” minha maior preocupação ao montar era que ele falasse ao espectador sem inciação na linguagem cinematográfica de firma completa e foi extamente isso o que eu não consegui fazer”, brinca João Maria.

Os debates sobre os filmes são abertos à participação do público e seguem até sábado, sempre às 14h, no Anfiteatro João Carriço – Funalfa (Av. Rio Branco, 2.234 – Parque Halfeld).